segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Homo Politicon

Não basta se indignar.
É preciso por para fora o que causa indignação.
Não bata pensar.
É preciso materializar as possibilidades ditadas pelo pensamento.

O Grito incontido desatado da alma,
Do corpo todo,
É a semente lançada a esmo ao mundo
Sem garantias de germinação.

Ainda assim o faz, realiza e age
Como corpo na rua em gestos e atos.
Desperta, ativa, influí a amalgama de afetos e sentidos.
Até então, contidos, reprimidos, censurados.

Irrompe os limites internos do indivíduo.
Os medos individuais, o isolamento controlado.
Transcende ao público o que estava privado.
Dando em ato o que estava tão somente incubado.

A fecundidade do ato desatado,
Segue as ondas da semeadura.
Eis que o semeador saiu para semear.
A semear a sua humanidade,
A fim de dar lugar ao que virá após.

E o faz respirando livremente.
Sem os ares densos dos redutos em que fora posto e reclusado.
O faz em plena liberdade,
Não mais pensada ou abstraída,
 Mas realizada ali,
Na rua, em ato, em vida.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Crise, Democracia e Ditadura


David Harvey geógrafo de renome em entrevista ao jornal  agentino Pagina/12 apresenta suas impressões sobre a crise finaceira desatada em 2008, bem como suas causas e as condições existentes de recuparação, a qual está publicada no site www.cartacapital.com.br.   
Ao ler a entrevista de Harvey dentre os vários temas que trata, é inevitável pensar a sua concepção sob o viés das comparações que faz acerca das posturas tomadas  diante da crise por EUA e China, o que implica em por em questão as distintas estruturas políticas de cada país. No que diz repeito a sua concepção ideal expressa por ele no sentido de que a política seja determinante da economia, o que Gramsci chamava de "grande política", nos quais os interesses públicos são determinantes dos interesses privado, ou seja, a coletividade determina e regulamenta as relações econômicas de interesses, está mais efeitivamente posta em prática de maneira relativa no sistema político Chines, dado a sua condição centralizadora e regulamentadora das aspirações financeira. Por sua vez, os EUA dado a coptação e assédio constante das grande corporações, que mantém o congresso americano em suas mãos, deixa impotente o poder central instituído para impor regulamentações aos projetos privados de tais corporações, o que explica a ineficiência das medidas tomadas para que o país ressurja das cinzas. Portanto, se concluí que a democracia enquanto regime político que permite as incursões,a manipulação dos interesses privados sobre os interesses públicos, em tempo de crise é mais ineficiente que um poder ditatorial central, o que a história nos dá exemplo, sobretudo no berço da democracia. A democracia Ateniense na Guerra do Peloponeso desatada em 470 a.C, a qual trava contra a oligarquia Espartana a fim de impor-se como potencia hegemônica, entra em derrocada por ser incapaz de consiliar os interesses internos em jogo. Enfim, em tempos de crise, será melhor a ditadura que a democracia?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Guerreiros do Absurdo

O fluxo da vida implica necessidades.
Resultadas das carências,
Decorrente das ausências,
As quais são dados do vazio, do absurdo que se revela a existência.

Contra necessidades, carências ou ausências,
Ou mesmo contra o vazio, o absurdo que a vida é de fato.
Ser concebido, nascer, crescer, envelhecer e morrer
E prever sua memória definhando no tempo.
Rebelamo-nos!
Rebelamo-nos em ato.

 Ativo ou passivo de ambos os modos resistimos.
Seja aplicado em ser eterno e imortal
Preenchendo a existência numa perenidade inesgotável.
Ou resistindo fortemente às afrontas de tal destino.
Se deixar  absorvido por ele na ciente de sua condição mortal.
Seguimos!

 Lançados a esta condição niilista.
 Contra a qual,
Para não sucumbirmos a tal dado factual
Que a vida nos faz experimentar.
Reagimos biologicamente ou de maneira artificial.
 Que seja!
Pois o que ainda nos é natural?
Reagimos!.

Reagimos criando mundos e vivendo a vida.
Criando céus de eternidades,
Vivendo mundos de fatalidades.
Criamos e Vivemos até que...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Misantropia

A baixeza do gênero humano me revolta.
Sua cultura destrutiva me causa asco.
Sua ambição é de um cinismo dos mais deletérios.
Destruição, desarmonia, ignomia
São efeitos de uma interioridade opaca e vazia.

Gênero humano, sou um.
Participo resistentemente dessa horda destrutiva.
Sou arrastado por esta força incontida.
Uma pulsão avassaladora que inconsciente a todos domina.

Quem, e o que deste a este o poder que tens?
Negaste o que tinha de mais nobre e criativo.
Tornaste degradantemente um inventor instrumental,
Que tecnicamente mantém o mundo em suas mãos.
Pode dominar tudo a sua volta, mas não tem domínio sobre a si mesmo.

Gênero humano, me revolto por ser um.
Co-participante de tal estado de civilização que só agrada as bestas.
Que em ignorância comem, bebem, consomem
Como quem devora a própria carne anodicamente.

Eles amam  o progresso,
Ufanisam suas invenções numa cegueira gritante.
Querem alcançar o infinito e se agarram a esta vida com unhas e dentes,
Pois é única que têm.
Dado sua ausência de afeto e espiritualidade.

Abaixo! Abaixo à Humanidade!
Sobretudo, a Ocidental.
Para que o universo todo viva.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Trágico


Vivo a contradição entre o Ser e o Querer Ser.
Pois o Ser é aquilo que sou.
A identidade pela qual reconheço minha memória
Imprimida pela história vivida.
Que dentro do fluxo que lhe é próprio,
Não é estável, é mutável.
Logo, em nenhum momento eu sou.

Portanto, não sou o Ser por estar no fluxo.
E ainda não sou, nem serei o que Quero Ser,
Se sou alguma coisa ou Ser, sou então o embate
Sou o meio entre o presente e o futuro.
Sou Ser e o Querer Ser sem divisão ou fronteira.
Eis a formula da minha composição.
O Embate entre o presente e o futuro que forja a estabilidade de um passado.

Que estabilidade?
Não há estabilidade absoluta, nem mesmo no passado.
Ele não está cristalizado no tempo.
Mas ele se move, pois ele mesmo está no tempo.
Pois só o acesso como um recuo à consciência e um progresso na duração.
A cada momento que recorro a ele no presente ela já não é como era.

Ante a tanta instabilidade,
Me  espanta  aqueles que dizem ser o que são.
Penso, que pretensão, que arbitrariedade.
Artifício de uma leviandade consigo mesmo.
Ninguém é !