terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Misantropia

A baixeza do gênero humano me revolta.
Sua cultura destrutiva me causa asco.
Sua ambição é de um cinismo dos mais deletérios.
Destruição, desarmonia, ignomia
São efeitos de uma interioridade opaca e vazia.

Gênero humano, sou um.
Participo resistentemente dessa horda destrutiva.
Sou arrastado por esta força incontida.
Uma pulsão avassaladora que inconsciente a todos domina.

Quem, e o que deste a este o poder que tens?
Negaste o que tinha de mais nobre e criativo.
Tornaste degradantemente um inventor instrumental,
Que tecnicamente mantém o mundo em suas mãos.
Pode dominar tudo a sua volta, mas não tem domínio sobre a si mesmo.

Gênero humano, me revolto por ser um.
Co-participante de tal estado de civilização que só agrada as bestas.
Que em ignorância comem, bebem, consomem
Como quem devora a própria carne anodicamente.

Eles amam  o progresso,
Ufanisam suas invenções numa cegueira gritante.
Querem alcançar o infinito e se agarram a esta vida com unhas e dentes,
Pois é única que têm.
Dado sua ausência de afeto e espiritualidade.

Abaixo! Abaixo à Humanidade!
Sobretudo, a Ocidental.
Para que o universo todo viva.

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